Distúrbios alimentares
Os
distúrbios alimentares são responsáveis pelos maiores índices de
mortalidade entre todos os tipos de transtornos mentais, ocasionando a
morte em mais de 10% dos pacientes.
A
grande maioria - mais de 90% - daqueles que sofrem de transtornos
alimentares são mulheres adolescentes e jovens. Uma das razões pelas
quais mulheres dessa faixa etária são mais vulneráveis a esses
transtornos é a tendência de fazerem regimes rigorosos para obterem a
silhueta "ideal".
Falaremos
de cada um deles agora. Leia com atenção e, ao se identificar com algum
deles, procure um especialista.
Anorexia nervosa
É
muito bom redescobrir as formas do corpo à medida que o ponteiro da balança
começa a descer, mas tem gente que, mesmo sem nunca ter sido gorda,
alimenta um desejo obsessivo de ficar magérrima!
O
problema é que essas pessoas não ficam só na vontade de
emagrecer. Elas desenvolvem um tipo de rejeição à comida que as
faz perder o controle. Isso é a anorexia nervosa, uma disfunção
que pode aparecer sozinha ou em parceria com a bulimia (compulsão
pela comida, seguida de culpa que faz a pessoa utilizar métodos de
expulsão do que comeu, de seu corpo).
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A
rejeição à comida (anorexia, com incidência de 1%) é classificada
como um transtorno alimentar e suas vítimas são quase sempre (95% dos
casos) mulheres jovens, de 15 a 20 anos, excessivamente preocupadas com a
aparência e mais sensíveis às influências dos padrões de beleza em
vigor para firmar sua personalidade. A doença também ataca mulheres na
faixa dos 30 e raramente as acima dos 40. Porém não quer dizer que a
adolescente que adora estar na moda esteja sujeita a manifestar o
problema.
Um
dos primeiros sintomas é a perda da noção que a pessoa tem da sua
imagem corporal, mesmo magra ela se vê gorda, acredita que precisa
emagrecer ainda mais, e que o melhor jeito é parar de comer.
Normalmente essas mulheres não acreditam que este medo de engordar
possa ser sinal de alguma disfunção. A prática mostra que uma das
partes mais difíceis do atendimento para tratar a anorexia nervosa
é convencer a pessoa de que ela está doente.
Normalmente,
essas pessoas só são levadas à tratamento quando a anorexia já
está em nível elevado, ou seja, quando os sinais já são perceptíveis,
quando o emagrecimento já é exagerado, aí é que os parentes
(pois a pessoa não se vê tão magra) ou amigos próximos percebem
que já ultrapassou o limite do normal.
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A
família sempre deve insistir no tratamento mesmo que a doente queira
parar. O atendimento especializado é a única saída para controlar o
problema antes que o corpo exija atendimento médico por causa de uma
emergência.
Sem tratamentos, a anorexia nervosa:
- Desgasta emocionalmente.
- Debilita os órgãos.
- Provoca distúrbios associados à desnutrição.
- Lesa o aparelho digestivo quando há vômitos constantes.
- Provoca arritmias cardíacas.
Nas
adolescentes, os principais sinais da anorexia são o enfraquecimento, a
perda de peso visível e a ausência de menstruação.
Tratamento
- Reidratar o organismo, recomeçando a alimentação à base de soros e líquidos (o estômago reduzido por não comer a tempos não suporta alimentos sólidos).
- Introduzir gradualmente alimentos pastosos até chegar aos sólidos.
- A pessoa também vai precisar reaprender a conviver com os outros durante as refeições, entrar em supermercados, fazer compras, ir a festas, participar dos almoços com a família, enfim, voltar a lidar com o lado social da comida.
Quanto
à imposição, ela só é feita em casos que já estão muito graves, com
perigo de morte (arritmia cardíaca, vômitos espontâneos). Para os
demais casos ela deixou de ser recomendada porque tira o paciente da vida
social, o que dificulta ainda mais a sua readaptação.
A
psicoterapia é muito importante para a eficácia do tratamento. Através
dela a pessoa vai alterar os hábitos adquiridos e voltou a comer.
É
recomendado também que a família do paciente participe de sessões de
terapia familiar em grupo para auxiliar a paciente em seu ambiente.
Sintomas
- Preocupação excessiva com a alimentação. A pessoa passa a maior parte do tempo pensando no medo de engordar.
- Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional por eventualmente ter saído um pouco da dieta.
- As pessoas dizem que você está muito magra, suas roupas estão cada vez mais largas, mas você não se acha magra e ainda quer perder peso.
- Menstruação irregular, ou não existente.
Obs: se você se identificou com um desses tipos, consulte um médico psiquiatra ou endocrinologista.
As
estatísticas revelam que 90% dos pré-adolescentes com problemas de
bulimia e anorexia são filhos de pais obesos ou excessivamente
preocupados em emagrecer.
Pessoas
com bulimia nervosa ingerem grandes quantidades de alimentos e depois
eliminam o excesso de calorias através de jejuns prolongados, vômitos
auto-induzidos, laxantes, diuréticos ou na prática exagerada e obsessiva
de exercícios físicos.
Devido
ao "comer compulsivo seguido de eliminação" em segredo, e ao
fato de manterem seu peso normal ou com pouca variação deste, essas
pessoas conseguem muitas vezes esconder seu problema das outras pessoas
por anos.
Assim
como a anorexia, a bulimia caracteristicamente se inicia na adolescência.
A doença ocorre mais freqüentemente em mulheres, mas também atinge os
homens.
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Indivíduos
com bulimia nervosa, mesmo aqueles com peso normal, podem prejudicar
gravemente seu organismo com o hábito freqüente de comerem
compulsivamente e se "desintoxicarem" em seguida.
Sintomas comuns da bulimia
- Interrupção da menstruação.
- Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares.
- Comer em segredo.
- Obsessão por exercício físico.
- Depressão.
- Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
- Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito, evacuação ou diurese.
- Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso.
- Longos períodos de tempo no banheiro para induzir o vômito.
- Abuso de drogas e álcool.
Personalidade: pessoas
que desenvolvem bulimia quase sempre consomem enormes quantidades de
alimentos, geralmente sem valor nutritivo, para diminuir o estresse e
aliviar a ansiedade. Entretanto, com a extravagância alimentar, surgem a
culpa e depressão.
Pessoas
com profissões ou atividades que valorizam a magreza, como modelos,
bailarinos e atletas, são mais suscetíveis ao problema.
Tratamento
Quanto
mais cedo for diagnosticado o problema, melhor. Quanto mais tempo
persistir o comportamento alimentar anormal, mais difícil será superar o
distúrbio e seus efeitos no organismo.
O
apoio e incentivo da família e dos amigos podem desempenhar importante
papel no êxito do tratamento. O ideal de tratamento é que a equipe
envolva uma variedade de especialistas: um clínico, um nutricionista, um
psiquiatra e um terapeuta individual, de grupo ou familiar.
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É
um dos transtornos alimentares que se assemelha à bulimia, pois
caracteriza-se por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de
alimentos e, no entanto, difere da bulimia, pois as pessoas afetadas
não produzem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos (tomar
laxantes e/ou provocar vômitos).
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Pessoas
com esse transtorno sentem que perdem o controle quando comem.
Ingerem grandes quantidades de alimentos e não param enquanto não
se sentem "empanturradas".
Geralmente
apresentam dificuldades em emagrecer ou manter o peso. Quase todas
as pessoas com esse transtorno são obesas e apresentam história de
variação de peso. São propensas a vários problemas médicos
graves associados à obesidade, como o aumento do colesterol,
hipertensão arterial e diabetes.
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É
um transtorno mais freqüente em mulheres.
Sintomas
- Comer em segredo.
- Depressão.
- Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
- Abuso de drogas e álcool.
Tratamento
O êxito é maior quando diagnosticados precocemente. Precisa de um plano de
tratamento abrangente, em geral, um clínico, nutricionista ou um
terapeuta, para lhe dar apoio emocional constante, enquanto o paciente
começa a entender a doença de uma forma de terapia que ensine os
pacientes a modificar pensamentos e comportamentos anormais, que em geral,
são mais produtivas.
Na calada da noite
A
ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, característica da bulimia
e do comer compulsivo foi batizada, em inglês, com o nome de binge
eating (orgia alimentar). Elas geralmente ocorrem na calada da
noite, longe do olhar de censura de outras pessoas, e são acompanhadas
por uma sensação subjetiva de perda de controle, seguida de culpa.
Assim
como ocorre na compulsão pelo álcool, pelas drogas, pelo sexo, ou em
outras formas de dependência, as causas profundas do comer compulsivo
continuam a ser um mistério para os estudiosos.
Indivíduos
obesos têm maior risco de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer
(estômago/intestino).
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