quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Saúde da Mulher


TPM

O que é TPM?

A TPM ou Síndrome pré-menstrual é o período cíclico que precede a menstruação. Nesse intervalo de tempo, podem aparecer sintomas psíquicos e físicos, que geralmente desaparecem no primeiro dia do fluxo menstrual. Em algumas mulheres, a TPM é interrompida somente com o fim do fluxo.
A principal causa da TPM é a alteração hormonal feminina durante o período menstrual, que interfere no sistema nervoso central. Parece haver uma conexão entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas à sensação de prazer) e os neurotransmissores, tais como a serotonina. É importante ressaltar que essa síndrome acompanha a menstruação normal da mulher.

Sintomas

Conheça os sintomas da TPM

Os sintomas na TPM podem ser físicos ou emocionais causando desconforto na mulher. As principais características são:
Sintomas Emocionais:
  • Depressão;
  • Vontade de chorar;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade;
  • Insônia;
  • Fome em excesso ou falta de apetite;
  • Sonolência;
  • Dificuldade de concentração;
  • Cansaço.
Sintomas Físicos:
  • Dor de cabeça;
  • Acne;
  • Aumento de peso;
  • Inchaço nas mamas;
  • Dores osteomusculares;
  • Distensão gasosa.
Para caracterizar a TPM não é necessária a ocorrência de todos esses fatores, que devem desaparecer com o fluxo para serem chamados de síndrome pré-menstrual.



Diagnósticos

TPM - Diagnóstico

A TPM atrapalha a vida pessoal e profissional de diversas mulheres por todo o mundo todos os meses e essa tensão é gerada por alterações hormonais que antecedem a menstruação. Em geral, os sinais da TPM aparecem na metade do ciclo menstrual e desaparecem em até dois dias após o início da menstruação.
O diagnóstico da tensão pré-menstrual costuma ser demorado, principalmente pela falta de exames que comprovem a sua existência. As mulheres que tem sintomas mais severos passam em diversos médicos e demoram anos para serem diagnosticadas com a combinação de sintomas que condizem com a fase do ciclo menstrual exata para serem diagnosticadas com TPM. Outra questão é que a maioria das mulheres que têm sintomas intensos de tensão pré-menstrual não procura ajuda médica por acreditarem que são normais ou por acreditarem que o médico não dará importância para a sua queixa.
Apesar de não ter diagnóstico e tratamento exatos, a TPM pode ser caracterizada por um quadro de sintomas que podem ser amenizados por meio do tratamento correto. Se você passa por esse sofrimento todos os meses não espere pela sua próxima menstruação, procure o quanto antes um ginecologista, explique seu problema e inicie o melhor tratamento para o seu caso, TPM tem tratamento!

Tratamentos e Cuidados

Tratamentos e cuidados com a TPM

Por se tratar da TPM, não existe um tratamento específico, já que os sintomas variam muito de intensidade para cada mulher. Entretanto, há medidas que aliviam os sintomas.
O melhor caminho para o tratamento da TPM é consultar um médico ginecologista e descrever para ele todos os sintomas que a mulher sente antes e depois da menstruação. O melhor medicamento é o que, sozinho ou associado, reduza os sintomas.
Como essa síndrome está ligada à ovulação, muitas mulheres podem se beneficiar do uso da pílula anticoncepcional, que suspende a ovulação. Nos Estados Unidos, a FDA (Órgão Regulatório dos Estados Unidos) aprovou a pílula com drospirenona e etinilestradiol, para mulheres que têm sintomas de TPM e desejam anticoncepção hormonal.
Já nos casos graves de síndrome disfórica pré-menstrual, é necessária uma medicação mais específica. Atualmente, o tratamento usado com melhores resultados são os antidepressivos. Estudos recentes mostram que essa medicação usada na menor dose possível e durante a fase de tensão pré-menstrual tem melhorado muito a qualidade de vida das mulheres que experimentam essa disfunção. Também nesses casos a pílula anticoncepcional com drospirenona e etinilestradiol pode ser usada.
Resultados não cientificamente comprovados mostram que a vitamina B6 (piridoxina), a vitamina E, o cálcio e o magnésio podem ser usados na melhora dos sintomas. Outro medicamento é o ácido gama linoleico, que é um ácido graxo essencial e pode ser encontrado no óleo de prímula.
Existem advertências sérias do FDA americano a respeito de medicações alternativas naturais e de possíveis efeitos colaterais graves, portanto, esse ou qualquer outro medicamento, mesmo que “natural”, só deve ser usado mediante prescrição médica.

Convivendo

Convivendo com a TPM

Para muitas mulheres, a TPM pode atrapalhar as tarefas diárias, sejam profissionais ou pessoais.  Para amenizar os sintomas da TPM, sugerimos as seguintes dicas:
  • Realize atividades que proporcionem bem-estar, como passear no parque;
  • Faça uma atividade física. Pode ser uma caminhada ao ar livre, andar de bicicleta, nadar ou jogar tênis. Isso ajuda a reduzir a tensão e a melhorar a autoestima;
  • Evite agendar compromissos importantes para os dias que antecedem a sua menstruação;
  • Procure cuidar de seu corpo, mesmo que você não vá sair de casa. Isso também ajuda a elevar a sua autoestima;
  • Afaste os pensamentos negativos, seja otimista e mentalize coisas boas;
  • Procure fazer uma alimentação balanceada com verduras, frutas e legumes;
  • Diminua o sal. Ele ajuda a desencadear os inchaços, pois contribui na retenção de líquidos;
  • Redobre os cuidados com a pele. O aumento de oleosidade da pele e surgimento de acnes está relacionado com esse período. Por isso, a boa alimentação é fundamental;
  • Evite o consumo excessivo de carboidratos e açúcares, como doces, chocolates e amendoim.
Fontes : http://www.endocrino.org.br/tpm-sem-tensao/>

http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0763/noticias/tpm-a-vista-m0042119>
http://idmed.terra.com.br/saude-de-a-z/indice-de-doencas-e-condicoes/tpm/diagnostico.html>

Saúde da Mulher

Ovários Policísticos

O que é ovário policístico?

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.
É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos ovários.
Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal.

Sintomas

Sintomas ovário policístico

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome.
Em conjunto, outros sintomas podem ajudar a detectar essa doença, como:
  • Atrasos na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);
  • Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;
  • Obesidade;
  • Acne.
Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

Segundo o Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, a Síndrome do Ovário Policístico atinge cerca de 7% das mulheres na idade reprodutiva.

Diagnósticos

Para realizar o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos são necessários o exame clínico, o ultrassom ginecológico e exames laboratoriais.
Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Não sendo a mulher virgem, deve-se dar preferência à técnica de ultrassom transvaginal.
É importante definir que esses resultados não se aplicam a mulheres que estejam tomando pílula anticoncepcional. Se houver um folículo dominante ou um corpo lúteo, é importante repetir o ultrassom em outro ciclo menstrual para realizar o diagnóstico corretamente.
Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

Exames

A síndrome de ovário policístico (SOP) é uma doença causada pelo desequilíbrio dos hormônios na mulher. Ela pode alterar o ciclo menstrual, causar problemas de pele e ocasionar pequenos cistos nos ovários que por fim podem gerar dificuldades para engravidar entre outros problemas, porém algumas vezes pode ser assintomática.  As mulheres descobrem a síndrome entre 20 e 30 anos de idade, mas os primeiros sintomas aparecem logo nos primeiros ciclos menstruais ainda na adolescência. Pacientes que apresentam a doença normalmente têm antecedentes da mesma enfermidade em parentes próximos, como mãe e irmãs, o que configura uma pré-disposição genética ao desequilíbrio hormonal e suas consequências.
O médico algumas vezes já consegue diagnosticar a SOP através da história e do exame físico, porém existem diversos exames que auxiliam no diagnóstico da síndrome. Pela ecografia e laparoscopia pélvica é possível observar a dilatação do clitóris e dos ovários. O exame de sangue auxilia na verificação dos níveis de hormônios como estrogênio, folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH), testosterona, tireoide e prolactina. A SOP pode contribuir para o surgimento de muitas doenças também como: Diabetes, alterações do colesterol, aumento do peso e da pressão arterial podendo até causar câncer de útero se não for adequadamente tratada.
Se você faz parte do grupo de risco da doença ou sente algum tipo de desconforto ginecológico, procure o seu médico para realizar os exames necessários. A síndrome dos ovários policísticos tem tratamento e, quanto antes ele for iniciado, menores são as chances de a doença causar danos graves.

Prevenção

A síndrome dos ovários policísticos é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais. Essa alteração dos níveis hormonais leva à formação dos cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho. A mulher também passa a produzir mais hormônios masculinos que podem causar sintomas como aumento de pelos e aparecimento de acne. Por toda essa alteração hormonal muitas mulheres que tem SOP apresentam dificuldades para engravidar.
A causa exata da síndrome dos ovários policísticos ainda não é totalmente conhecida, uma das hipóteses é que tenha uma origem genética, pois quando há casos de SOP em parentes próximas como mães e irmãs a chance de desenvolver a doença aumenta. Estudos indicam que a SOP está associada coma resistência à ação da insulina no organismo e aumento desse hormônio na corrente sanguínea é que provocaria o desequilíbrio hormonal que gera a doença.
Para prevenir a síndrome dos ovários policísticos é recomendada uma dieta leve e completa, acompanhada de exercícios físicos. Mulheres que estão acima do peso, têm glicemia, pressão arterial e taxa de colesterol elevadas fazem parte do grupo de risco da doença, por isso precisam se prevenir seguindo uma dieta saudável, praticando exercícios físicos e realizando acompanhamento ginecológico anual.
A SOP é uma doença que pode trazer graves danos à saúde ginecológica da mulher, podendo até mesmo levar à infertilidade. Por isso, assim que apresentar algum sintoma da doença ou se fizer parte do grupo de risco, procure um ginecologista para realizar os exames necessários, sua saúde merece sua atenção.

Tratamentos e Cuidados

Tratamento ovário policístico

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não.
Os principais tratamentos são:
Anticoncepcionais orais- Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais orais. A pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidade menstrual e cólicas. Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa. Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.
Cirurgia- Cada vez mais os métodos cirúrgicos para essa síndrome têm sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.
Antidiabetogênicos orais
- Estando a síndrome dos ovários policísticos associada à resistência insulínica, um dos tratamentos disponíveis é por meio de medicamentos para diabetes.
Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, simultaneamente com as medidas terapêuticas.
Indução da ovulação - 
Se a paciente pretende engravidar, o médico lhe recomendará tratamento de indução da ovulação, não sem antes afastar as outras possibilidades de causas de infertilidade. Não se deve fazer esse tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.

Convivendo

A Síndrome dos Ovários Policísticos, também conhecida pela sigla SOP, é uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos nas mulheres. Após o diagnóstico, o tratamento deve ser realizado combinando dieta, atividade física e medicamentos, para garantir a qualidade de vida da paciente.
Para conviver bem com a síndrome dos ovários policísticos é fundamental realizar uma mudança no estilo de vida. Uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e minerais, é o primeiro passo. Praticar exercícios físicos com regularidade também é uma ferramenta poderosa para conviver em paz com a SOP, já que a doença agravada por certos fatores, tais como obesidade, diabetes e colesterol alto.
Perder peso quando se tem a síndrome favorece a queda das taxas dos hormônios masculinos e com isso melhora a função ovariana e a diminuição dos danos à fertilidade feminina causados pela enfermidade. Além disso, ao diminuir a taxa dos hormônios masculinos, os sintomas como acne, pelos no rosto e cólicas também são atenuados.
O tratamento hormonal, entre eles os contraceptivos hormonais orais, também podem ajudar as mulheres a viverem melhor com a SOP. Esses medicamentos ajudam a regular os ciclos menstruais e reduzem o risco do desenvolvimento de câncer do endométrio (tecido que reveste o útero internamente).
Se você tem a síndrome dos ovários policísticos procure o quanto antes o seu ginecologista, pois apenas um especialista poderá analisar seu caso e indicar o melhor tratamento. Afinal, é possível sim conviver bem com a SOP.

Fonte : ENDOCRINO; 10 coisas que você precisa saber sobre síndrome dos ovários policísticos. Disponível em: http://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-sindrome-dos-ovarios-policisticos/




Saúde da Mulher

Pílula Anticoncepcional

Veja tudo sobre pílula anticoncepcional

O anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) ou pílula anticoncepcional é um comprimido que tem em sua base a utilização de uma combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos, que inibe a ovulação. O anticoncepcional oral também modifica o muco cervical, tornando-o hostil ao espermatozoide.
O uso desse método contraceptivo deve ser indicado pelo médico ginecologista, pois somente após análise é possível indicar qual a pílula adequada ao seu organismo.
Recentemente, com o avanço científico, surgiram pílulas com hormônios bioidênticos. Os hormônios bioidênticos são substâncias que têm estrutura química e molecular igual à dos gerados pelo organismo humano. Produzidos em laboratório, a partir de diversas matérias-primas, servem para desempenhar as funções dos hormônios do corpo – desde o controle do ciclo menstrual e do metabolismo até o tratamento da menopausa – e como anticoncepcional.
O hormônio sintético é uma substância processada e manipulada em laboratório e pode gerar mais efeitos colaterais que o hormônio natural ou bioidêntico . O anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) é considerado um medicamento eficiente na prevenção da gravidez e seu índice de falha é de 0,1%.

Tipos de pílulas

Dentre os diversos tipos de pílulas existentes, as mais receitadas são:

Pílula Monofásica:

A pílula monofásica possui em sua fórmula estrogênio e progesterona com a mesma dosagem. É o comprimido anticoncepcional mais conhecido pelas mulheres. A utilização deve ter início entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e termina quando a cartela acabar. Depois, é necessário parar por 7 dias.

Minipílula:

A minipílula ou pílula sem estrogênio possui em sua base somente progesterona. É a pílula indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez. Para essas mulheres, a pílula deve ser tomada todos os dias, sem interrupção.

Pílula Multifásica:

A pílula multifásica tem combinação de hormônios com diferentes dosagens conforme a fase do ciclo reprodutivo. Essas pílulas causam menos efeitos colaterais e possuem cores diferentes, para diferenciar a dosagem e o ciclo. A ordem da cartela deve ser respeitada.
Em 2007, foi lançada no Brasil a pílula anticoncepcional que contém em sua fórmula drosperinona e etinilestradiol. Essa nova pílula é mais eficiente por amenizar os sintomas físicos e emocionais causados pelos hormônios femininos, como tensão pré-menstrual, acne e síndrome dos ovários policísticos.
Trata-se de uma cartela de 24 pílulas, cada uma 3mg de drosperinona e 0,02mg de etinilestradiol. Para que o medicamento tenha eficiência, é preciso tomar uma pílula por dia durante 24 dias e 4 dias de intervalo.
Há também a pílula do dia seguinte, que deve ser usada somente em situação de emergência.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O método contraceptivo oral é a prática de prevenção mais utilizada atualmente. Além da contracepção, a pílula anticoncepcional também é utilizada na terapia de algumas doenças que acometem uma parcela das mulheres.
Na parte clínica, os métodos contraceptivos são usados para o tratamento de sintomas de patologias, tais como sangramentos irregulares, cólicas menstruais, TPM, diminuição do fluxo menstrual, endometriose e síndrome dos ovários policísticos.
Existem estudos que apontam que a pílula anticoncepcional pode diminuir a incidência de câncer de ovário e de endométrio, doença benigna da mama, o desenvolvimento de cistos ovarianos funcionais, artrite reumatoide, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica e anemia por deficiência de ferro.
A terapia com contraceptivos orais também é utilizada no tratamento contra sangramento irregular ou excessivo, acne, hirsutismo (aumento de pelos em locais não comumente femininos), dismenorreia e endometriose. Para evitar alguns desses problemas, têm-se oferecido regimes alternativos de uso dos anticoncepcionais chamados de regime contínuo, quando a mulher não para de usar o anticoncepcional, e regime estendido, quando a mulher o usa por períodos prolongados, geralmente de 84 dias seguidos de 7 dias de pausa.
Esses regimes mostraram que há benefícios e efeitos colaterais nessa nova maneira de usar o anticoncepcional. Um dos efeitos colaterais é o “spotting” ou a perda de sangue (em pequena quantidade) durante o uso do anticoncepcional.
A maioria das pacientes não está consciente desses benefícios à saúde, bem como do uso terapêutico dos contraceptivos orais. Orientação e educação são necessárias para ajudar as mulheres a ficarem bem informadas a respeito de decisões de cuidados com a saúde e aderência aos tratamentos.
Confira como proceder no uso da pílula em caso de esquecimento, conforme o seu tipo de contraceptivo (21 ou 24 comprimidos), na sessão esqueci de tomar a pílula.

CONVIVENDO

Apesar de muitas mulheres conhecerem a pílula anticoncepcional, ainda há a falta de informações corretas sobre esse método contraceptivo. Confira abaixo as principais dúvidas sobre a pílula.

Qual a melhor pílula para mim?

Existem diversos tipos de pílulas porque existem diversos tipos de mulheres. Somente seu médico poderá identificar a pílula mais indicada para você.

Quando iniciar uma cartela de pílula pela primeira vez?

Na maioria das pílulas disponíveis no mercado com 21 drágeas/comprimidos, a maneira correta é iniciar com a primeira pílula no primeiro dia da menstruação. Tomar uma pílula por dia durante 21 dias, fazer uma pausa de 7 dias sem tomar e recomeçar. A menstruação vem durante essa pausa. Outras pílulas podem ser tomadas de formas diferentes, por isso é necessário consultar o médico. No caso da pílula sem estrogênio, ela deve ser iniciada no primeiro dia da menstruação e tomada sem interrupção.

A partir de qual dia a pílula começa a fazer efeito?

Se tomada corretamente, a pílula fará efeito a partir do primeiro dia em que foi tomada.

Na pausa entre uma cartela e outra posso ter relações sem chances de engravidar?

Sim, nos dias de pausa da pílula elas continuam a funcionar, ou seja, a proteção contra a gravidez continua e o risco de falha é de 0,1%.

E se eu esquecer de tomar um dia?

A pílula deve ser tomada diariamente e, aproximadamente, no mesmo horário. Isso quer dizer que se eu tomar à noite, devo continuar tomando à noite. Se esquecer e lembrar de tomar dentro de 12 horas, a pílula continuará funcionando. Se esquecer por mais de doze horas, verifique as instruções com seu médico ou na bula do produto. Tome a pílula que esqueceu assim que lembrar e a pílula do dia no seu horário habitual. Verifique sempre na bula do produto e com seu médico informações detalhadas e específicas sobre o tipo de pílula que você está tomando.

Quero atrasar ou adiantar minha menstruação; posso continuar a tomar a pílula sem parada?

Não deve. A pílula foi projetada para ser tomada por 21 dias. Se continuar tomando, poderá ter uma menstruação fora de época. Nesses casos é conveniente que você consulte seu médico para ele lhe oferecer uma maneira mais segura de não menstruar.

E se eu não tiver relações por um grande período?

Mesmo assim é preferível continuar tomando.

Pílula previne contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)?

O uso da pílula não previne a mulher e o parceiro contra as DSTs.

É verdade que a pílula engorda?

Não. Na maioria das mulheres a pílula não aumenta o peso, nem dá celulite ou estrias, conforme estudos científicos apontam.

Qual pílula engorda mais ou tem maiores efeitos colaterais?

Existem diversos tipos de pílulas porque existem diversos tipos de mulheres. Os efeitos colaterais variam de acordo com o organismo da pessoa, como aumento de risco de doenças cardiovasculares em mulheres hipertensas e aumento de enxaquecas e problemas vasculares em pessoas com histórico familiar dessas doenças. Entretanto, somente o próprio médico poderá identificar a pílula mais adequada para você e qual tem menos efeitos colaterais.

Pílula faz mal?

A pílula anticoncepcional é um dos medicamentos mais usados (e estudados) no mundo todo. Além de ser usada para evitar gravidez, ela pode proteger mulheres contra algumas infecções genitais, câncer de ovário e alguns tipos de câncer de útero. Assim como qualquer outro medicamento, a pílula possui contraindicações e efeitos colaterais. O uso de anticoncepcionais por algumas mulheres, contudo, pode aumentar o risco de complicações vasculares como trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Por isso a importância de consultar um médico antes de optar por determinada pílula.

Pílula serve para tratar doenças?

A pílula tem sido usada com sucesso no tratamento da síndrome dos ovários policísticos e no tratamento conservador da endometriose. Também é muito utilizada no tratamento da acne (espinhas), hirsutismo (aumento de pelos), cólicas e distúrbios da menstruação, tais como tensão pré-menstrual e cólica menstrual.

É verdade que é necessário parar a pílula de tempos em tempos para o organismo descansar?

Não. Estudos recentes indicam que não é preciso parar para descanso.

Hormônios biodênticos estão presentes no dia a dia da mulher

Ao contrário dos homens, que só tomam hormônio em casos excepcionais – para tratar alguma doença ou distúrbio –, as mulheres convivem diariamente com esse tipo de medicamento. Mesmo versões modernas dessas substâncias, como os hormônios bioidênticos (cuja estrutura é igual à dos produzidos pelo organismo), estão presentes em produtos voltados para o público feminino, inclusive algumas formulações de anticoncepcionais.
Os estrogênios e os progestagênios, em conjunto, ajudam a regular o ciclo menstrual. Baixos níveis desse hormônio podem resultar em problemas de pele, insônia e falta de desejo sexual.
Em sua forma bioidêntica, quando combinada em pílulas com a progesterona, formam um contraceptivo muito eficiente.
Segundo alguns especialistas, o uso do estradiol bioidêntico em um contraceptivo (um dos estrógenos presentes no corpo feminino) destaca-se por ser uma substância que o organismo feminino já está acostumado, o que melhora sua atuação e diminui os impactos no metabolismo. É uma forma de mesclar a segurança necessária a um anticoncepcional com um equilíbrio hormonal mais natural.

Conheça alguns usos dos hormônios bioidênticos

Como têm várias finalidades, os hormônios bioidênticos – aqueles cuja estrutura química e molecular é igual à dos gerados pelo organismo humano – costumam ser usados por mulheres de perfis diversos, diferentes idades e passando por tratamentos diferentes.
Inicialmente, os produtos com bioidênticos só estavam disponíveis na forma de injeções ou adesivos cutâneos, mas recentemente foram lançadas pílulas com esse tipo de fórmula.
Segundo o ginecologista Dr. Marco Aurelio Pinho de Oliveira, chefe da ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e responsável pelo ambulatório de endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, um dos casos em que se usam essas substâncias é o que, em linguagem médica, chama-se anovulação crônica ou síndrome dos ovários policísticos (quando a mulher não ovula ou ovula com pouca frequência).
“Por conta da anovulação, existe excesso de estrogênio e menor quantidade de progestagênio, causando ciclos menstruais com intervalo longo e fluxo menstrual aumentado [hemorragia]. O estrogênio em excesso aumenta o crescimento da camada interna do útero (o endométrio) e pode causar ciclos menstruais mais intensos e prolongados”, explica. “Assim, a mulher fica meses sem menstruar – e, quando menstrua, vem muito sangue”. O uso da progesterona, que não é produzida adequadamente nos casos de anovulação, é uma opção, porque corrige em parte o desequilíbrio hormonal causado pela síndrome. Neste caso, pode ser usado um hormônio bioidêntico ao da progesterona.
A mesma substância pode ser complementada em outros quadros, ligados a estilos de vida que afetam o ritmo da ovulação e prejudicam a produção de progesterona. “As atletas de alta performance podem ter um bloqueio do estrogênio pelo excesso de exercícios e, com isso, a mulher para de menstruar. A anorexia nervosa também leva à depressão dos hormônios e altera o ritmo da ovulação”, explica Oliveira. Já nos casos de sobrepeso e/ou obesidade que causam anovulação pelo aumento da resistência à insulina, há muito estrogênio e pouca progesterona. Em ambas as situações citadas, uma pílula anticoncepcional com estradiol bioidêntico combinada a um progestagênio sintético, além de regular a menstruação, servirá como método contraceptivo.
Além de produzir os mesmos efeitos contraceptivos que os anticoncepcionais feitos com hormônios sintéticos, os produtos com substâncias bioidênticas também têm propriedades terapêuticas semelhantes e causam menos efeitos colaterais.

Fontes :

OMS (Organização Mundial da Saúde) Collaborative Study of Cardiovascular Disease and Steroid Hormone Contraception Acute myocardial infarction and combined oral contraceptives: results of an international multicentre case-control study. Lancet 349:1202–1209
“Contraceptives and cerebral thrombosis: a five-year national case-control study.” Contraception 65, no. 3 (): 197-205.
“Risk of thromboembolism in women taking ethinylestradiol/drospirenone and other oral contraceptives.” Obstetrics & Gynecology 110, no. 3 (): 587-593.
“Oral contraceptives and fatal pulmonary embolism.” The Lancet 355, no. 9221 (): 2133-2134.
“Oral contraceptives and the risk of myocardial infarction.” New England Journal of Medicine 345, no. 25 (): 1787-1793.
“Recommendations on the risk of ischaemic stroke associated with use of combined oral contraceptives and hormone replacement therapy in women with migraine.” Cephalalgia 20, no. 3 (): 155-156.
OMS (Organização Mundial da Saúde) “Planejamento familiar: um manual global para profissionais e 9 serviços de saúde”. Escritório de População e Saúde Reprodutiva

Saúde da Mulher


Vulvite e Vulvovaginite

O que é vulvite?

Vulvite e Vulvovaginite são inflamações da parte externa do órgão genital feminino (chamada vulva). Enquanto na vulvite a irritação se dá na vulva, na vulvovaginite ocorre na vulva e na vagina. Elas são provocadas, principalmente, pela presença de diversos micro-organismos que causam corrimento. As mesmas bactérias que originam a Candidíase, a Triconomíase e Clamídia podem desenvolver a vulvite e a vulvovaginite.
A vulvovaginite também pode ser causada pelo uso de produtos alérgicos, como calcinhas de tecido sintético, amaciantes, papel higiênico colorido ou perfumado, sabonetes perfumados e até pelo hábito diário de usar o chuveirinho como ducha vaginal.
As mulheres grávidas podem desenvolver vulvites crônicas após o parto devido a sua sensibilidade com determinados produtos químicos como o látex da camisinha, tampões vaginais e sabonetes íntimos. A sua imunidade baixa propicia o desenvolvimento das infecções.

Sintomas

Sintomas vulvite

Os sintomas mais comuns da vulvite e da vulvovaginite são:
  • Inflamação da vulva;
  • Vermelhidão;
  • Corrimento;
  • Prurido vulvar (coceira intensa na vulva).
O que diferencia a vulvite e a vulvovaginite das outras doenças sexualmente transmissíveis são o tipo de irritação, a textura e a cor do corrimento.

Diagnósticos

Assim como nas doenças sexualmente transmissíveis, a vulvite é diagnosticada pelos exames ginecológicos, e se necessário, a vulvoscopia.

Exames

Vulvite e Vulvovaginite são inflamações da vulva e da vagina, respectivamente, se manifestando pela vermelhidão, inchaço e ardor na região genital. A origem da enfermidade pode ser infecciosa, inflamatória, hormonal, por uso de produtos que provocam reações alérgicas, tratamentos quimioterápicos e falta da higiene íntima adequada. A menopausa também aumenta a predisposição à doença, com a queda dos hormônios e a consequente redução da secreção vaginal natural e a perda de elasticidade dos tecidos vaginais, a região lesiona-se com mais facilidade abrindo caminho para infecções.
O diagnóstico da doença é realizado por meio do exame clínico ginecológico no qual o médico observa o aspecto do genital e se atenta às queixas da paciente. Mas, o exame mais confiável para o diagnóstico é a vulvoscopia, procedimento realizado com o aparelho chamado colposcópio, que permite a ampliação de até 40 vezes, possibilitando uma análise detalhada da vulva. Após o resultado, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e durante o tempo indicado pelo o ginecologista para garantir a cura da doença e evitar a possibilidade de uma nova infecção.

Prevenção

Para impedir o surgimento dessa doença, devem-se evitar os seguintes hábitos diários:
– Ducha vaginal;
– Uso de roupas justas na região genital;
– Uso de roupas íntimas de tecidos sintéticos;
– Sexo sem camisinha;
– Sabonete perfumado e com PH elevado;
– Uso de absorventes diários.

Tratamentos e Cuidados

Tratamentos e cuidados para vulvite

Para o tratamento correto da vulvovaginite e da vulvite, a mulher deve realizar uma consulta com o médico ginecologista. As principais indicações são medicamentos orais e mudança de hábitos.
Evite passar cremes cicatrizantes na região da vulva e da vagina, isso pode piorar a inflamação. A automedicação é perigosa. Qualquer tratamento deve ser indicado por um médico.

Convivendo

Vulvite e Vulvovaginite são inflamações da vulva e da vagina que apresentam sintomas como vermelhidão, inchaço, ardor e corrimento na região genital e podem ter fundo infeccioso ou inflamatório. O tratamento é realizado por medicamentos via oral e cremes vaginais, e apresenta alto índice de sucesso na cura. Mas, o que fazer quando o problema se torna rotina?
A recorrência de infecções vaginais como vulvite e vulvovaginite tem origem em um possível desequilíbrio da flora vaginal causada por diversos motivos: queda da imunidade, alergias, estresse, uso de calcinhas de tecido sintético e roupas muitos justas que não permitem a respiração da pele, falta da higiene adequada e relações sexuais sem proteção.
Além disso, caso ocorra crises por vulvite ou vulvovaginite em um curto espaço de tempo, procure o seu ginecologista com urgência, descreva o quadro, realize os exames ginecológicos indicados e siga o tratamento com rigidez, só assim será possível se livrar de vez dessa doença que incomoda tantas mulheres pelo mundo.


Fonte : SAÚDE E MEDICINA; Vulvovaginite – Vulvite – Sintomas e Corrimento. Disponível em: <http://www.saudemedicina.com/vulvovaginite-vulvite-sintomas-e-corrimento/>.

Saúde da Mulher

HPV

O que é HPV?

O Human Papiloma Virus, ou HPV, é um vírus que vive na pele e nas mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. É uma infecção transmitida sexualmente (DST). A ausência de camisinha no ato sexual é a principal causa da transmissão.
Também é possível a transmissão do HPV de mãe para filho no momento do parto, devido ao trato genital materno estar infectado. Entretanto, somente um pequeno número de crianças desenvolve a papilomatose respiratória juvenil.
O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Quando não é tratado, torna-se a principal causa do desenvolvimento do Câncer de colo do útero e do Câncer de Garganta. 99% das mulheres que possuem Câncer de colo do útero foram infectadas por esse vírus.

Sintomas

O HPV pode ser sintomático clínico e subclínico. Quando sintomático clínico, o principal sinal da doença é o aparecimento de verrugas genitais na vagina, pênis e ânus.
É possível também o aparecimento de prurido, queimação, dor e sangramento. Espalham-se rapidamente, podendo se estender ao clitóris, ao monte de Vênus e aos canais perineal, perianal e anal. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta do homem e da mulher.
Nos homens, a maioria das lesões se encontra no prepúcio, na glande e no escroto. As verrugas apresentam um aspecto de uma couve-flor.
Já os sintomas do HPV subclínico (não visível a olho nu) podem aparecer como lesões no colo do útero, na região perianal, pubiana e ânus.

Diagnósticos

O HPV pode ser diagnosticado através do exame ginecológico e de exames laboratoriais, como Papanicolau, colposcopia, peniscopia e anuscopia.
Deve-se realizar diagnóstico diferencial com outras lesões papilomatosas, incluindo variações anatômicas (glândulas sebáceas, pápulas perláceas do pênis), outras doenças infecciosas e neoplasias.
Diagnóstico Diferencial de Condiloma Acuminado
Doenças Sexualmente Transmissíveis

  • Condiloma plano (síflis) – lesão de base larga com superfície lisa.
  • Herpes simples vírus (HSV) – erupção vesiculosa com base eritematosa e ulcerações.
  • Molusco contagioso – pápulas amareladas com umbilicação central.
Lesões Benignas Comuns na Pele 
  • Querastoses seborréticas – lesões hipertróficas de superfície rugosa.
  • Nevos-lesões tipicamente elevadas, porém tipos pedunculados podem ocorrer.
  • Pápulas perláceas do pênis – pápulas circunscritas, com 1 a 2mm de diâmetro, usualmente sobre a porção proximal de glande.
Neoplasias (se houver suspeita, a biópsia se faz necessária)
  • Papulose boewnóide – carcinoma in situ, pápulas rugosas únicas ou múltiplas, de 2 a 4mm de diâmetro, variando de cor da pele a vermelhos-acastanhado, recalcitrante às terapias habituais para verrugas.
  • Melanona maligno – tipicamente único, pode ser plano ou elevado com variação na cor e formato.
  • Condiloma gigante ou tumor de Buschke-Lowenstein – lesão maligna de baixo grau, localmente invasiva que pode surgir como condiloma pedunculado. 


Exames

O HPV pode ser identificado por meio de lesões que aparecem ao longo do trato genital, podendo chegar até o colo do útero. Ao perceber essas alterações nos exames ginecológicos comuns, o médico poderá solicitar mais exames para confirmar o diagnóstico. Conheça os principais:
Papanicolau: exame preventivo mais comum, detecta as alterações que o HPV pode causar nas células e um possível câncer, mas não é capaz de diagnosticar a presença do vírus. Recomenda-se que as mulheres realizem anualmente a partir dos 25 anos. Com dois resultados negativos, a periodicidade do exame passa a ser a cada três anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.
Colposcopia: feito com um aparelho chamado colposcópio, que aumenta a visão do médico de 10 a 40 vezes, o exame permite a identificação de lesões na vulva, na vagina e no colo do útero. A colposcopia é indicada nos casos de resultados anormais do exame de Papanicolau, para saber a localização precisa das lesões precursoras do câncer de colo do útero. Após a identificação das regiões com suspeita de doença, remove-se um fragmento de tecido (biópsia) para confirmação diagnóstica.
Detecção molecular do HPV
Captura Híbrida: é um teste qualitativo de biologia molecular. A técnica investiga a presença de um conjunto de HPV de alto risco, mesmo antes da manifestação de qualquer sintoma, por meio da detecção de seu DNA, confirmando ou descartando a existência da infecção do vírus. Para realizá-la, o médico deve obter material da região genital ou anal por meio de uma escovinha especial, que é enviada para análise laboratorial.
PCR (reação da cadeia de polimerase): por meio de métodos de biologia molecular com alta sensibilidade, esse teste detecta a presença do genoma dos HPV em células, tecidos e fluidos corporais. É capaz de identificar a presença de praticamente todos os tipos de HPV existentes.

Prevenção

Prevenção HPV

Para evitar o aparecimento do HPV recomendam-se os seguintes cuidados:
  • Uso de camisinha masculina, para todos os tipos de relações sexuais (oral, anal, genital);
  • Uso de camisinha feminina;
  • Vacina quadrivalente (previne contra o HPV 6,11,16 e 18) ou bivalente (contra o HPV 16 e 18);
  • Rotina do exame preventivo (Papanicolau);
  • Evitar fumar, beber em excesso e usar drogas, pois essas atividades debilitam o sistema de defesa do organismo, tornando a pessoa mais susceptível ao HPV.

Tratamentos e Cuidados

Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas e é eliminado espontaneamente pelo corpo. Entretanto, de 30 a 40% dos tipos existentes de HPV podem afetar as áreas genitais de ambos os sexos, provocando lesões como as verrugas genitais e as alterações pré-cancerígenas no colo do útero. A forma de tratamento deverá ser escolhida levando-se em conta a idade da paciente, o tipo de HPV, a extensão e a localização das lesões.
Verrugas genitais
O tratamento para as verrugas genitais é bastante trabalhoso, já que elas podem voltar a aparecer várias vezes em até 50% dos casos, exigindo muitas aplicações, ao longo de semanas ou meses. É importante ter disciplina e paciência. Pode ser feito por laser, crioterapia (congelamento) ou cirurgia com uso de anestésicos locais. Podem ser utilizadas substâncias químicas diretamente nas verrugas, como a podofilina e seus derivados, e o ácido tricloroacético. Além disso, existem compostos que estimulam o sistema imune quando aplicados topicamente.
Câncer de colo de útero
O tratamento depende do estágio do câncer. Em alguns casos em que o câncer está restrito ao revestimento do colo do útero, o médico pode conseguir removê-lo completamente, por meio de bisturi ou excisão eletrocirúrgica.
Como o câncer pode reincidir, os médicos aconselham as mulheres a retornarem ao controle e à realização do exame de Papanicolau e da colposcopia a cada seis meses. Após dois resultados negativos, o seguimento passa a ser a cada três anos.
Quando o câncer se encontra em um estágio mais avançado, a histerectomia radical (cirurgia para a retirada do útero e das estruturas adjacentes) e a remoção dos linfonodos são necessárias. A radioterapia é altamente eficaz no tratamento do câncer de colo do útero avançado que não se disseminou além da região pélvica. Apesar de a radioterapia geralmente não provocar muitos problemas imediatos, pode irritar o reto e a vagina. Uma lesão tardia da bexiga ou do reto pode ocorrer e, geralmente, os ovários deixam de funcionar. Quando há disseminação do câncer além da pelve, a quimioterapia é algumas vezes recomendada.

Cuidados
Usar camisinha em todas as relações sexuais é importantíssimo para prevenir a transmissão do HPV e outras doenças. No caso do HPV, existe ainda a possibilidade de contaminação por meio do contato de pele com pele, e pele com mucosa. Isso significa que qualquer contato sexual – incluindo sexo oral e masturbação – pode transmitir o vírus. O contágio também pode ocorrer por meio de roupas e objetos, o que torna a vacina um elemento relevante da prevenção, bem como a prevenção e tratamento em conjunto do casal.
A vacina contra o HPV pode prevenir diversas doenças causadas pelo vírus. Conheça as indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil, segundo o Guia do HPV:

Vacina Bivalente Vacina Quadrivalente
Indicação Contra HPV 16 e 18Para mulheres de 10 a 25 anosTrês doses (hoje, 1 mês e 6 meses) Contra HPV 6, 11, 16 e 18Para mulheres e homens de 9 a 26 anosTrês doses (hoje, 2 meses e 6 meses)
Cânceres e lesões pré-cancerosas Colo do útero: previne até 70% dos casos Colo do útero: previne até 70% dos casosVulva: previne até 50% dos casosVagina: previne até 60% dos casos Ânus: previne até 90% dos casos
Verrugas genitais
Previne até 90% dos casos
Conviver com qualquer doença exige responsabilidade. Muitas vezes, receber um diagnóstico de uma doença sexualmente transmissível tem um impacto emocional muito negativo. Por isso, é importante fazer o acompanhamento ginecológico recomendado e seguir o tratamento conforme orientação médica. Além disso, busque maneiras de falar sobre isso, com amigos, familiares e profissionais de saúde de sua confiança. Para manter uma vida sexual saudável e prazerosa, é preciso cuidar de si mesmo e do parceiro, encarando as situações difíceis com responsabilidade.
Essas e outras recomendações você pode buscar em sites especializados, mas é importante sempre confirmá-las com seu médico de confiança, que avaliará seu caso individual.

Convivendo

Convivendo com HPV

A infecção genital por HPV por si só não contraindica uma gravidez. Se existirem lesões induzidas pelo HPV (tanto verrugas genitais como lesões em vagina e colo), o ideal é tratar primeiro e depois engravidar.
Se ocorrer a gravidez na presença dessas lesões, não existem grandes problemas; porém, as verrugas podem se tornar maiores em tamanho e quantidade devido ao estímulo hormonal característico da gestação. Nessa situação, podem existir maiores dificuldades no tratamento, e o médico avaliará se é possível a realização de parto normal ou não.
Existe a possibilidade de o HPV ser transmitido para o feto ou recém-nascido e causar verrugas na laringe do recém-nascido e/ou verrugas na genitália. O risco parece ser maior nos casos de lesões como as verrugas genitais. Mesmo nesses casos, o risco de ocorrer esse tipo de transmissão é baixo.
É muito importante que a gestante informe ao seu médico, durante o pré-natal, se ela ou seu parceiro sexual já tiveram ou têm HPV.

Fonte : Instituto do HPV. Guia do HPV. Disponível em: < http://www.incthpv.org.br/SobreHpv/Default.aspx>

Saúde da Mulher

Endometriose   

   O que é endometriose?

 


Doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga.
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.
É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.

Sintomas   

Sintomas endometriose

Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade.
Existem mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. Entre os sintomas mais comuns estão:
• Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação;
• Dor pré-menstrual;                                                                                  
• Dor durante as relações sexuais;
• Dor difusa ou crônica na região pélvica;
• Fadiga crônica e exaustão;
• Sangramento menstrual intenso ou irregular;
• Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
• Dificuldade para engravidar e infertilidade.
A dor da endometriose pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa, ou dor pélvica/abdominal à relação sexual, ou dor “no intestino” na época das menstruações, ou, ainda, uma mistura desses sintomas.

Diagnósticos

Diagnósticos endometriose

O diagnóstico de suspeita da endometriose é feito por meio de exame físico, ultrassom (ultrassonografia) endovaginal especializado, exame ginecológico, dosagem de marcadores e outros exames de laboratório.
Atenção especial deve ser dada ao exame de toque, fundamental no diagnóstico da endometriose profunda. Em alguns casos, o médico ginecologista solicitará uma ressonância nuclear magnética e a ecocoloposcopia.


Exames

A endometriose ainda é uma doença difícil de diagnosticar por meio do exame físico, ou seja, realizado durante a consulta ginecológica de rotina. Dessa forma, os exames de imagem são mais adequados para indicar a possível existência do problema, que será confirmada posteriormente por meio de exames laboratoriais específicos.
Entre os exames de imagem que podem sinalizar a endometriose, destacam-se:
Ultrassonografia transvaginal – Procedimento de menor custo, que permite a identificação de endometriomas, aderências pélvicas e endometriose profunda.
Ressonância magnética – Exame mais caro, a ressonância magnética apresenta melhores taxas de sensibilidade e especificidade na avaliação de pacientes com endometrioma e endometriose profunda.
Para identificar a existência da endometriose, outros exames complementares ainda podem ser solicitados pelo médico, como a ultrassonografia transretal, a ecoendoscopia retal e a tomografia computadorizada. Após a identificação de alguma alteração, o médico poderá optar por realizar uma biópsia da lesão encontrada, de modo a confirmar o diagnóstico. Essa avaliação será realizada por meio de exames chamados laparoscopia e laparopotomia.
Laparoscopia – Permite tanto o diagnóstico como o tratamento da paciente. O procedimento é realizado através de pequenas incisões na barriga, e a introdução de instrumentos telescópicos para a visualização, e se for o caso, para a retirada das lesões. A laparoscopia também permite a coleta de material para avaliação histológica e o tratamento cirúrgico das lesões. O ideal é que seja realizado após o término da fase de avaliação por meio dos métodos de imagem, permitindo que o diagnóstico e o tratamento possam ser feitos de maneira integrada – e evitando, assim, múltiplos procedimentos. A Laparoscopia é mais vantajosa que a Laparotomia, porque envolve um menor tempo de hospitalização, anestesia e recuperação, além de permitir uma melhor visualização dos focos da doença.
Laparotomia – É o procedimento tradicional e considerado mais invasivo em comparação à Laparoscopia.  Envolve uma incisão abdominal maior para acessar os órgãos internos, e pode ser indicada pelo médico dependendo das necessidades da paciente.
Hoje em dia, no entanto, existem diversos tipos de tratamentos não invasivos, que podem reduzir o número total de procedimentos a que a paciente é submetida. Vale ressaltar que a endometriose é uma doença crônica, e por isso o acompanhamento médico contínuo é fundamental.

Prevenção

A endometriose é uma doença benigna, que se caracteriza pela proliferação do tecido chamado endométrio para fora da cavidade uterina, local em que ele normalmente se desenvolve. O crescimento do endométrio faz parte do ciclo reprodutivo da mulher. Ao longo desse período, o tecido cresce, e quando não ocorre gravidez ele é eliminado em forma de menstruação. Entretanto, em algumas mulheres algumas células desse tecido migram no sentido oposto, podendo subir pelas tubas e chegar à cavidade abdominal, multiplicando-se e provocando a endometriose.
Não há consenso médico sobre as causas que levam ao desenvolvimento da endometriose, de modo que ainda é difícil falar diretamente em prevenção. Entretanto, diversos estudos sobre as características das mulheres que têm a doença ajudam a medicina a se aproximar de maiores respostas.
Enquanto alguns fatores de risco para a endometriose são bem conhecidos, ainda não é claro como determinados comportamentos, tais como o uso de determinados medicamentos, drogas, entre outros fatores, poderiam aumentar ou diminuir as chances de desenvolver a doença.
Alguns estudos associam o padrão menstrual à ocorrência de endometriose: pacientes com fluxo mais intenso e mais frequente teriam mais risco de apresentar a doença.
A relação entre o uso de pílula anticoncepcional e a endometriose ainda é polêmica: há pesquisadores que encontraram aumento de risco, e outros que indicaram a redução ou ausência de efeito. Como alguns anticoncepcionais orais são utilizados por mulheres que apresentam cólicas menstruais (dismenorreia primaria), e a endometriose causa dor pélvica (dismenorreia e dispareunia), a pílula é muitas vezes prescrita para mulheres que têm a doença, sem que se tenha descoberto alguma relação de causa e efeito entre elas.
Filhas e irmãs de pacientes com endometriose têm maior risco de também desenvolver o problema. A identificação genética poderia ajudar a entender melhor a doença, mas é ainda difícil saber o quanto os genes realmente são relevantes em relação a outros fatores, como etnia e fatores ambientais.
Consumir muito álcool e cafeína são hábitos que têm sido associados ao aumento do risco ou piora do quadro de endometriose, enquanto fazer atividades físicas parece diminuir as chances de desenvolver a doença.
Com um debate científico ainda bastante acalorado sobre as causas da endometriose, o melhor que as pacientes podem fazer para manter a saúde em dia é consultar regularmente o ginecologista. Observar os sintomas e conhecer seu corpo também são atitudes que ajudam a perceber alterações, indicando a necessidade de voltar mais cedo ao consultório.

Tratamentos e Cuidados

Dois tipos de tratamento podem ser usados para combater as dores da endometriose: medicamentos ou cirurgia. Cada um deles tem suas especificidades, e cabe ao ginecologista avaliar a gravidade da doença em cada caso e recomendar o melhor tratamento. Vale lembrar que, dependendo da situação, ambos os procedimentos são feitos de maneira integrada.
  • Tratamento cirúrgico:
Nesse procedimento, a endometriose é removida por meio de uma cirurgia chamada laparoscopia. Em alguns casos, é possível eliminar apenas os focos da doença ou as complicações que ela traz – como cistos, por exemplo. No entanto, em situações mais sérias, o procedimento precisará até remover os órgãos pélvicos afetados pela enfermidade. Dependendo das condições da doença, é possível recorrer a tratamento por laparoscopia, com laser.
Também é possível a realização da videolaparoscopia, na qual diagnosticará o número de lesões, aderências, a obstrução tubária e já tratar a doença.
  • Tratamento com medicamentos:
Existem diversos medicamentos disponíveis no mercado para tratar a endometriose, como: analgésicos, anti-inflamatórios, análogos de GNHR, Danazol e Dienogeste. Atualmente também é possível reduzir os sintomas utilizando o DIU com levonorgestrel.
Antes de começar o tratamento, caso a paciente deseje engravidar, poderá ser indicado o encaminhamento para um Centro de Reprodução Humana, pois a melhor alternativa para a mulher que possui endometriose e deseja ter filhos é a fertilização in vitro. Isso porque a presença da endometriose não afeta as taxas de gravidez quando escolhido esse método.
É importante compreender que não existe cura permanente para a endometriose. O objetivo do tratamento é aliviar a dor e amenizar os outros sintomas, como favorecer a possibilidade de gravidez e diminuir as lesões endometrióticas.